14 de abril de 2016

Textos produzidos pelos alunos para os "Encontros de Leitura", no âmbito da Semana da Leitura

Ler textos de autores consagrados é enriquecedor, escrever textos originais é prova de criatividade e originalidade. 
E assim nascem os escritores...

08/01/2000
Querido diário,
Hoje, tive um dia em cheio! Bem, como sabes, aqui, os peixes são de poucas palavras. Então, não chegam notícias todos os dias.
Finalmente, veio uma do meu interesse: vai abrir o “Subaquaticocine”, O primeiro cinema debaixo de água do mundo! O nome que lhe deram é tão estranho! Ainda não parei de rir! É mesmo de quem tem falta de imaginação! Até já chorei de tanto rir e a minha barriga parecia que tinha acabado de fazer mil e quinhentos abdominais, levado uma carga de porrada e ainda ter levado muitas marradas de uma manada inteira!
Bem, mal posso esperar para ir ver filmes no “Subcine” (é como eu e os meus amigos lhe chamamos)! Vai ser "espantalhástico"!
Ontem, descobri um tesouro num navio afundado que havia pertencido aos Portugueses na era dos Descobrimentos: era ouro do Brasil. Também havia lá um mapa para o El Dourado, a cidade perdida feita inteiramente de ouro! Este tesouro esteve sempre debaixo do nariz dos humanos e eles nem desconfiaram! Eu vou destruir o mapa, pois acho que esta descoberta só viria trazer problemas ao mundo inteiro e também acho que o mundo ainda precisa de mitos, mistério e magia…
Por agora, é só… Vou destruir o mapa e vou ver o primeiro filme alguma vez estreado no mar!
Então, até quando tiver mais novidades!
Beijinhos,
Sirena, a tua sereia!
Escrito por:
Tarsis Pinheiro, nº21 8ºG
Ano letivo 2015/2016


Dia 3 de Abril, 2007
Diário,
A minha vida está a chegar ao fim. Como o sei? Estou a sentir-me cada vez mais vazia, estou quase a chegar ao meu limite…
Agora, vou fazer-te um breve resumo da minha vida e escrever o meu testamento, pois penso que não terei outra oportunidade.
A minha vida como caneta foi muito emocionante. A minha primeira “dona” era uma menina muito inteligente, com uma caligrafia muito bonita e ambas nos orgulhávamos do nosso trabalho.
Certo dia, ela ofereceu-me a uma amiga que me adorava. Esta tinha uma caligrafia meio desajeitada, mas era muito divertida: adorava rir e escrevia muitas piadas! Era uma boa aluna e divertíamo-nos imenso.
Certa vez, a minha adorada emprestou-me a um rapaz. Ele nunca mais me devolveu à minha adorada… Tinha uma caligrafia muito má e era engraçado, mas agora as notas, ui, ui… Enfim…
Depois dele, teve-me como sua outro menino. Este tinha ótimas notas, apesar de não ser considerado “nerd”, pois era bastante sociável, engraçado e era um bom amigo.
Pode parecer uma vida desinteressante, mas acredita: de cada vez que escreviam comigo uma piada, um texto, qualquer coisa, era muito entusiasmante, pois havia sempre alguém que risse, que dissesse que tinha adorado, que comentasse! Havia muita emoção!
A vida de uma caneta pode parecer fácil, mas não é. Sempre que se enganavam quando escreviam comigo, riscavam e, às vezes, até praguejavam. Era nesses momentos que gostava de ser um lápis, mas agora já não, pois descobri que a vida dos lápis é extremamente dura: sempre a serem afiados, a partirem-se… Pobres coitados… Não digo que tenho sorte por ter nascido caneta, mas estou grata pela experiência!
Talvez numa próxima vida possa experienciar ser outro Ser, obviamente que não me hei de lembrar de como foi ser caneta ou de como foi ser todas as outras coisas que já fui, mas de uma coisa tenho a certeza: serei sempre grata por aquilo que for, pois o que importa não é o que somos por fora, mas sim por dentro. Fica a dica.
E agora o meu testamento:
Deixo-me a mim mesma para ser derretida para fazer outra caneta à BIC.
Adeus diário, adeus pessoas, objetos e outros seres e, por último, mas não menos importante, adeus Mundo!
Aqui termina “O Diário de uma Caneta Invulgar”
Escrito por:
Tarsis Pinheiro, nº21 8ºG
Ano letivo 2015/2016