Textos produzidos pelos alunos para os "Encontros de Leitura", no âmbito da Semana da Leitura
Ler textos de autores consagrados é enriquecedor, escrever textos originais é prova de criatividade e originalidade.
E assim nascem os escritores...
08/01/2000
Querido diário,
Hoje,
tive um dia em cheio! Bem, como sabes, aqui, os peixes são de poucas palavras.
Então, não chegam notícias todos os dias.
Finalmente,
veio uma do meu interesse: vai abrir o “Subaquaticocine”, O primeiro cinema
debaixo de água do mundo! O nome que lhe deram é tão estranho! Ainda não parei
de rir! É mesmo de quem tem falta de imaginação! Até já chorei de tanto rir e a
minha barriga parecia que tinha acabado de fazer mil e quinhentos abdominais,
levado uma carga de porrada e ainda ter levado muitas marradas de uma manada
inteira!
Bem,
mal posso esperar para ir ver filmes no “Subcine” (é como eu e os meus amigos
lhe chamamos)! Vai ser "espantalhástico"!
Ontem,
descobri um tesouro num navio afundado que havia pertencido aos Portugueses na
era dos Descobrimentos: era ouro do Brasil. Também havia lá um mapa para o El
Dourado, a cidade perdida feita inteiramente de ouro! Este tesouro esteve sempre
debaixo do nariz dos humanos e eles nem desconfiaram! Eu vou destruir o mapa,
pois acho que esta descoberta só viria trazer problemas ao mundo inteiro e também
acho que o mundo ainda precisa de mitos, mistério e magia…
Por
agora, é só… Vou destruir o mapa e vou ver o primeiro filme alguma vez estreado
no mar!
Então,
até quando tiver mais novidades!
Beijinhos,
Sirena, a tua sereia!
Escrito por:
Tarsis Pinheiro, nº21 8ºG
Ano letivo 2015/2016
Dia 3 de Abril, 2007
Diário,
A
minha vida está a chegar ao fim. Como o sei? Estou a sentir-me cada vez mais
vazia, estou quase a chegar ao meu limite…
Agora,
vou fazer-te um breve resumo da minha vida e escrever o meu testamento, pois
penso que não terei outra oportunidade.
A
minha vida como caneta foi muito emocionante. A minha primeira “dona” era uma
menina muito inteligente, com uma caligrafia muito bonita e ambas nos
orgulhávamos do nosso trabalho.
Certo
dia, ela ofereceu-me a uma amiga que me adorava. Esta tinha uma caligrafia meio
desajeitada, mas era muito divertida: adorava rir e escrevia muitas piadas! Era
uma boa aluna e divertíamo-nos imenso.
Certa
vez, a minha adorada emprestou-me a um rapaz. Ele nunca mais me devolveu à
minha adorada… Tinha uma caligrafia muito má e era engraçado, mas agora as
notas, ui, ui… Enfim…
Depois
dele, teve-me como sua outro menino. Este tinha ótimas notas, apesar de não ser
considerado “nerd”, pois era bastante sociável, engraçado e era um bom amigo.
Pode
parecer uma vida desinteressante, mas acredita: de cada vez que escreviam
comigo uma piada, um texto, qualquer coisa, era muito entusiasmante, pois havia
sempre alguém que risse, que dissesse que tinha adorado, que comentasse! Havia
muita emoção!
A
vida de uma caneta pode parecer fácil, mas não é. Sempre que se enganavam quando
escreviam comigo, riscavam e, às vezes, até praguejavam. Era nesses momentos
que gostava de ser um lápis, mas agora já não, pois descobri que a vida dos
lápis é extremamente dura: sempre a serem afiados, a partirem-se… Pobres coitados…
Não digo que tenho sorte por ter nascido caneta, mas estou grata pela
experiência!
Talvez
numa próxima vida possa experienciar ser outro Ser, obviamente que não me hei de
lembrar de como foi ser caneta ou de como foi ser todas as outras coisas que já
fui, mas de uma coisa tenho a certeza: serei sempre grata por aquilo que for,
pois o que importa não é o que somos por fora, mas sim por dentro. Fica a dica.
E
agora o meu testamento:
Deixo-me
a mim mesma para ser derretida para fazer outra caneta à BIC.
Adeus
diário, adeus pessoas, objetos e outros seres e, por último, mas não menos
importante, adeus Mundo!
Aqui
termina “O Diário de uma Caneta Invulgar”
Escrito por:
Tarsis Pinheiro, nº21 8ºG
Ano letivo 2015/2016